O quarto episódio da série “Pluribus” explora a vulnerabilidade dos sistemas de proteção, os limites éticos da experimentação descontrolada e o significado de individualidade em um mundo dominado por uma mente coletiva. Através de uma narrativa investigativa, o capítulo questiona a confiança em especialistas, revela contradições humanas e expõe as consequências de lutar pela individualidade a qualquer custo.
O episódio introduz Manousos Oviedo, um resistente ao hive mind que vive isolado, monitorando sinais de rádio e tentando entender o fenômeno. Suas regras rígidas sugerem um homem acostumado a controlar todos os aspectos de sua vida, rejeitando a ajuda da mente coletiva.
Após dias de fome, Manousos invade depósitos em busca de comida, deixando um pedido de desculpas aos donos, revelando sua crença em um futuro normal. A cena, que culmina com ele comendo ração para cães, demonstra sua determinação em sobreviver sem se render ao coletivo. É nesse momento de vulnerabilidade que ele recebe o primeiro contato de Carol, cuja desconfiança inicial se transforma em esperança ao perceber que pode haver outra pessoa imune como ele.
Após a explosão em sua casa, Carol tenta retomar a rotina e organiza suas descobertas sobre o hive mind, questionando se eles realmente são incapazes de mentir. Ela transforma Larry, uma das faces da mente coletiva, em seu primeiro experimento. As respostas de Larry são estranhas, variando de genéricas a desconfortavelmente sinceras. Ele elogia a série de Carol, “Wycaro”, comparando-a a Shakespeare, o que a faz desconfiar.
O hive mind explica que valoriza qualquer obra que tenha ajudado pessoas a suportar a vida antes da infecção, mencionando que “Wycaro” salvou indivíduos como Moira. O experimento se torna pessoal quando Carol questiona o que sua falecida esposa, Helen, realmente pensava de seus livros. A resposta de que Helen os considerava “inofensivos” a confronta com a contradição de sua busca: exigir sinceridade dos outros enquanto evita suas próprias vulnerabilidades.
A trama de “Pluribus” se intensifica quando Carol visita Zosia, hospitalizada após um acidente causado por ela. Inicialmente buscando desculpas, Carol busca respostas sobre uma possível cura para a infecção, algo que o hive mind não revelaria. Ao perceber a hesitação de Zosia, Carol a interpreta como confirmação da existência de uma cura, levando sua obsessão pela autonomia a ultrapassar limites éticos.
Determinada a descobrir a verdade, Carol injeta em si mesma tiopental, gravando sua reação e revelando seus sentimentos: ódio pela alegria dos infectados, atração por Zosia e dor pela ausência de Helen. Em um ponto de ruptura, Carol, ignorando riscos médicos e morais, droga Zosia com o mesmo composto, tentando forçá-la a revelar o segredo. Zosia entra em colapso, e o hive mind se reúne para salvá-la, enquanto Carol se algema à mulher, desesperada para não perder sua única chance.
O episódio termina de forma trágica. A comunidade se mostra disposta a deixar Zosia morrer se for o que Carol deseja, pois são incapazes de mentir ou ocultar a verdade. Carol hesita e permite que a ajudem, mas pode ser tarde demais. O capítulo evidencia a ironia central da série: Carol luta por sua individualidade, mas, ao fazê-lo, viola a individualidade dos outros. A busca para proteger a humanidade pode resultar na perda da própria humanidade no processo.
Fonte: mixdeseries.com.br