O cenário musical brasileiro perdeu um de seus ícones nesta segunda-feira (17). Jards Macalé, cantor, compositor, instrumentista, arranjador, produtor e ator, faleceu aos 82 anos no Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada através das redes sociais do artista.
Macalé estava internado em um hospital localizado na Barra da Tijuca, onde recebia tratamento para um enfisema pulmonar. Complicações decorrentes da doença culminaram em uma parada cardíaca, levando ao seu falecimento.
Nascido Jards Anet da Silva, o artista carioca adotou o apelido “Macalé”, inspirado em um jogador de futebol da época. Sua trajetória musical começou cedo, influenciado pelos ritmos dos morros e pela música clássica que ouvia em casa.
Ao longo de sua carreira, Jards Macalé se destacou não apenas por sua produção solo, mas também por sua participação em momentos cruciais da música popular brasileira. Ele transitou por diversas funções, atuando como músico, diretor, produtor, compositor e arranjador.
Na adolescência, integrou o duo “Dois no Balanço” e o conjunto “Fantasia de Garoto”, explorando o jazz, a seresta e o samba-canção. Aprofundou seus estudos musicais com renomados maestros e instrumentistas, como Guerra Peixe, Peter Dauelsberg e Turíbio Santos.
Em 1964, Elizeth Cardoso gravou “Meu Mundo É Seu”, a primeira composição de Macalé a ser registrada em disco. Ele iniciou sua carreira profissional como violonista nos espetáculos do Grupo Opinião, que revelou nomes como Zé Keti, João do Vale e Nara Leão.
Nara Leão foi a segunda a gravar uma canção do artista, em 1966, a música “Amo Tanto”. Em 1965, participou do espetáculo “Arena Canta Bahia”, ao lado de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tom Zé, Gal Costa e Maria Bethânia.
Em 1968, iniciou uma parceria com o poeta José Carlos Capinan. Juntos, participaram do IV Festival Internacional da Canção, com a música “Gotham City”, interpretada por Os Brazões.
Gal Costa gravou diversas músicas de Macalé, incluindo “Hotel das Estrelas” e o grande sucesso “Vapor Barato”, em parceria com Waly Salomão. Maria Bethânia também interpretou canções como “Movimento dos Barcos” e “Anjo Exterminado”.
Em 1971, Macalé foi convidado por Caetano Veloso para ser o diretor musical de seu álbum “Transa”, gravado em Londres. Em 1972, lançou seu primeiro álbum solo, com a participação de Lanny Gordin e Tutty Moreno.
Ao longo de sua carreira, lançou mais de 15 discos e recebeu diversos prêmios. Sua vida e obra foram retratadas em filmes como “Jards Macalé – Um morcego na porta principal” e “Jards”.
Após um hiato de 20 anos sem lançar composições inéditas, Macalé lançou o álbum “Besta Fera”, em 2019. Em 2021, lançou “Síntese do Lance” em parceria com João Donato, seguido por “Coração Bifurcado” em 2023 e “Mascarada: Zé Keti por Sérgio Krakowsi Trio e Jards Macalé” em 2024.
Fonte: novabrasilfm.com.br
