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Cantora Ellen Oléria: voz da ancestralidade e ativismo na música brasileira

Lívia Nolla

Ellen Oléria, artista multifacetada, personifica a fusão entre ancestralidade, resistência e afeto, navegando com desenvoltura entre o samba, soul, hip-hop e os ritmos da diáspora africana. Nascida em 12 de novembro de 1982, a cantora cresceu em Taguatinga, no Distrito Federal, imersa na rica cultura da região do Chaparral.

Desde a infância, a música esteve presente em sua vida. Ellen cantou em corais de igreja, desenvolveu interesse por instrumentos e, aos 16 anos, já se apresentava em bares e casas de show. Paralelamente à sua trajetória musical, formou-se em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília (UnB), aprimorando sua presença de palco e consciência artística.

A carreira de Ellen Oléria foi construída por meio de projetos autorais e coletivos. Em 2009, lançou seu primeiro álbum solo, “Peça”, que já anunciava sua singularidade como compositora e intérprete. Também integrou a banda Soatá, um coletivo que misturava rock alternativo e carimbó, e participou da banda Pret.utu.

O reconhecimento nacional veio em 2012, quando venceu a primeira temporada do reality musical The Voice Brasil. Nos anos seguintes, lançou os álbuns “Ellen Oléria” (2013) e “Afrofuturista” (2016), este último um manifesto artístico que une ancestralidade negra, tecnologia simbólica e música brasileira contemporânea. Em 2022, lançou “Re.trato”, um trabalho que revisita composições antigas, reafirma afetos e renova seu compromisso pessoal.

A sonoridade plural de Ellen Oléria abraça o samba, afoxé, carimbó, forró e maracatu, com arranjos contemporâneos que dialogam com o urbano. Essa diversidade reflete sua base cultural, influenciada por um pai sanfoneiro e pelo ambiente sonoro da periferia. O termo “afrofuturista” que a artista adota evidencia a interseção entre ancestralidade africana, futuro e criação artística, atualizando as heranças culturais.

Além da música, Ellen Oléria é um símbolo de ativismo. Como apresentadora do programa Estação Plural na TV Brasil, debateu pautas LGBTQIA+ e direitos humanos. Sua música, além de celebração estética, se converte em instrumento de transformação e pertencimento. A artista expressa seu desejo por uma revolução em um país marcado pelo racismo, machismo, classismo e homofobia, utilizando sua arte como ferramenta de luta.

Fonte: novabrasilfm.com.br

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